Aulas, artigos, fotos, poemas, causos, contos, coisas que vejo, escrevo e relaciono com o ofício de historiador.
sábado, 26 de junho de 2010
A Era Napoleônica

Entre os anos de1795 e 1799, a França foi governada por uma assembléia denominada Diretório. O Diretório caracterizou-se pela supremacia dos girondinos, que sofriam oposições tanto dos monarquistas, que desejavam retornar ao poder, quanto dos grupos populares jacobinos. Essas oposições impediam a estabilidade política na França, tão desejada pela burguesia. Nesse período, um jovem general, Napoleão Bonaparte, adquiriu prestígio político-militar reprimindo as rebeliões contra o governo.
Napoleão Bonaparte nasceu no ano de 1769 em Córsega, uma antiga região italiana ocupada pela França. Jovem, ele ingressou na academia militar. Participou de diversas batalhas contra os invasores contra-revolucionários na França, tornando-se com apenas vinte e quatro anos de idade general. Ao conquistar sucessivas vitórias contra os inimigos, Napoleão Bonaparte, converteu-se em herói nacional. Seus admirados criaram um jornal em Paris, onde divulgavam imagens de um general patriota, invencível e adorado por seus soldados.
Contando com o apoio de influentes políticos e com o prestígio popular, Napoleão Bonaparte, em 18 de brumário (10 de novembro de 1799), após derrubar o governo do Diretório, assume o governo da França.
O papel de Napoleão Bonaparte foi o de evitar uma possível ascensão ao poder de grupos mais identificados com os interesses das camadas populares ou dos antigos monarquistas. Com isso, Napoleão Bonaparte consolidou as conquistas da burguesia e abriu caminho para o desenvolvimento capitalista francês encerrando o ciclo revolucionário.
O período de governo de Napoleão Bonaparte pode ser dividido em: Consulado (1799-1804), Império (1804-1815) e Governo dos Cem Dias.

Entre as principais realizações dirigidas por Napoleão nesse período, podemos destacar:
v Administração – centralização administrativa, com nomeação de funcionários de sua confiança pessoal para os mais diversos cargos da administração pública.
v Economia – criação do Banco da França (1800), que controlava a emissão da moeda, diminuindo o processo inflacionário. Com tarifas protecionistas e a construção de obras públicas, fortaleceu o comércio e a indústria.
v Educação – reorganização do ensino francês, que passou a ter como principal missão a formação de cidadãos capazes de servir ao Estado. A educação era utilizada como meio de controle do comportamento político e social.
v Direito – elaboração de novos códigos jurídicos, como o Código Civil, também conhecido como Código Napoleônico (concluído em 1804). O Código Napoleônico consagrava as aspirações da burguesia, como a liberdade individual, a igualdade de todos perante a lei, o respeito à propriedade privada e o matrimônio civil separado do religioso.( Até hoje muitos países têm seu código civil baseado no Código Civil Napoleônico, inclusive o Brasil.)
v Igreja – elaboração de um acordo (Concordata, em 1801) entre a Igreja católica e o Estado francês, tendo como objetivo fazer da religião um instrumento de poder político. O papa reconhecia o confisco das propriedades da Igreja, em troca do amparo do Estado ao clero. Por sua vez, Napoleão reconhecia o catolicismo como a religião da maioria dos franceses, mas reservava para si o direito de designar bispos, cujos nomes seriam, posteriormente, aprovados pelo papa.
As vitórias militares e a volta do crescimento econômico entusiasmaram as classes dominantes francesas. Como prêmio, em 1802, Napoleão foi proclamado cônsul-vitalício, tendo o direito de indicar seu sucessor. Na prática essa medida representava a instituição de um regime monárquico.
Napoleão Bonaparte valendo-se de seu prestígio no governo, mobilizou a opinião pública para a implementação definitiva de um império. Em 1804, convoca um plebiscito ( uma consulta popular), onde lhe foi garantido o direito de receber o título de imperador. Em dezembro de 1804, na catedral de Notre-Dame, Napoleão Bonaparte tomou a coroa da mão do papa e coloucou-a ele mesmo na cabeça, tornando-se Napoleão I, imperador da França.

Como imperador e comandante supremo das forças armadas, Napoleão moveu uma série de guerras para expandir o domínio francês. Em cada país invadido, Napoleão implantava leis baseadas no seu código civil. Em 1805, Napoleão tentou invadir a Inglaterra, porém a marinha francesa foi derrotada pelos ingleses. Como então vencer os Ingleses? Em 1806, Napoleão decreta o Bloqueio Continental.
v 

O Bloqueio Continental tinha como objetivo eliminar a Inglaterra do comércio com o resto da Europa. Napoleão, determinou que todos os países europeus fechassem seus porto ao comércio inglês. O Bloqueio Continental beneficiava a burguesia francesa que, podia ampliar a venda de seus produtos na Europa. Os países que desrespeitaram o Bloqueio Continental, como por exemplo Portugal, sofreram sanções do governo francês, porém receberam ajuda da Inglaterra.
Diferentemente da França, a Inglaterra já havia passado pela Revolução Industrial e estava com uma produção industrial consolidada. Os países que participaram do Bloqueio Continental, assim como a França, não possuíam uma produção industrial consolidada e dependiam da Inglaterra para importar este tipo de produto, em troca de produtos agrícolas. Devido a fraca produção industrial, a França não foi capaz de atender as necessidades de alguns países deixando esses sem produtos industrializados.
A partir de 1810 a política militarista de Napoleão começou a receber fortes críticas, a população francesa lamentava a perda de milhares de soldados nos campos de batalha e fora da França ocorriam contestações nacionalistas dos povos que haviam sido conquistados pelos franceses.
No plano econômico, o Bloqueio Continental, como já foi visto, não alcançou todos os objetivos desejados, pois a industria francesa não foi capaz de abastecer todos os mercados europeus. Em 1810, a Rússia que inicialmente havia aderido ao Bloqueio Continental, foi obrigada a abandoná-lo. Em 1812 , em resposta a essa decisão, Napoleão decidiu invadir a Rússia.

Apesar de ocupar Moscou, a cidade estava deserta. Sem provisões, Napoleão decidiu retirar seu exército, menosprezando os efeitos do rigoroso inverno russo. A volta do exército napoleônico foi desastrosa, vitima da fome, do inverno e dos ataques russos, dos 600 mil homens que partiram para a Rússia, apenas 30 mil regressaram.
A desastrosa campanha do exército napoleônico na Rússia estimulou os outros países europeus a reagirem contra dominação napoleônica. Em março de 1813, um grande exército composto por ingleses, russos, austríacos e prussianos invadiu Paris e obrigou Napoleão a assinar o Tratado de Fontainebleau. De acordo com esse tratado, o imperador abria mão do trono francês, recebendo em troca a ilha de Elba como principado.
O governo francês foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luís XVI, que fora guilhotinado durante a Revolução Francesa e cujo o filho Luís XVII morrera na prisão ainda criança.
GOVERNO DOS CEM DIAS
Em março de 1815, Napoleão Bonaparte decidiu regressar à França, contando com o apoio de mil e duzentos soldados. Foi recebido com festa pela população e marchou até Paris. Luís XVIII, fugiu para a Bélgica e Napoleão pôs-se novamente frente ao governo francês. Sua permanência no poder, durou no entanto cem dias.

Luís XVIII foi reconduzido ao trono francês, ainda em 1815.
Durante os dezesseis anos que Napoleão comandou seus exércitos, grande parte das conquistas sociais e políticas defendidas pela Revolução Francesa foram disseminadas na Europa. Apesar das tentativas de se restaurar o Antigo Regime, esse não seria mais absoluto, o Mundo apresentava agora um outro perfil histórico.
Referências Bibliográficas:
CONTRIM,Gilberto. História Global-Brasil e Geral.SãoPaulo,Editora Saraiva
SCHMIDT, Mario Furley. Nova História Critica - Editora Nova Geração
VICENTINO Cláudio. História Geral.São Paulo, Editora Scipione
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