quarta-feira, 21 de março de 2012

Impostos V**"QUINTO DOS INFERNOS


O "QUINTO DOS INFERNOS":

Durante o Século XVIII, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.

Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto".

Esse imposto recaía principalmente sobre a produção de ouro.

O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam

"O Quinto dos Infernos".

E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.

A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".

Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira CHEGOU ao final do ano de 2011 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para quê?

Para sustentar a corrupção? Os mensaleiros? O Senado com sua legião de "Diretores"? A festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 Poderes (Executivo/Legislativo e Judiciário)?!?

Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa!

E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente...! 



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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PRIMEIROS HABITANTES DO BRASIL

OS ÍNDIOS


UBIRAJARA PIRACICABA GUARATINGUETÁ PIRAPORA
CUIABÁ ITAÚNA JACAREPAGUÁ IRACEMA
ARACAJU ITACOLOMI IPANEMA PIRARUCÚ


Creio que estas palavras não são estranhas para nós, assim como comer farinha, tomar banho e dormir em rede. Pois saiba: estes costumes, assim como estas palavras, têm todas a mesma origem - os índios.

Na aula de hoje, vamos conhecer um pouco da vida destes primeiros brasileiros que habitavam estas terras.

[...] Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto [...] traziam os beiços de baixo furados e metidos neles uns ossos brancos e verdadeiros, de comprimento de uma mão travessa, da grossura de um fuso de algodão, agudos na ponta como furador. [...]
(Pero Vaz de Caminha, 1500)

[...] Os mantimentos que plantam em suas roças, com que se sustentam [...] são mandioca e milho. Além disto, ajudam-se da carne de muitos animais que matam [...] Também se sustentam de muito marisco e peixes que vão pescar pela costa em jangadas [...]
(Pero de Magalhães Gandavo, 1576)

[...] Os nossos brasileiros pintam muitas vezes o corpo com desenhos de diversas cores e escurecem tanto as coxas e pernas com o suco de jenipapo que ao vê-los de longe, pode-se imaginar estarem vestidos com calças de padre.

[...] Sendo a poligamia permitida, podem os homens ter quantas mulheres lhes apraz e quanto maior o número de esposas, mais valentes são considerados [...] Não havendo cavalos nem asnos ou outros animais de carga nesse país, o transporte se faz em geral a pé [...]

Pernoitando com outro francês em uma aldeia, certa ocasião ouvimos, quase à meia-noite, gritos de mulher [...] Acudimos imediatamente e verificamos que se tratava apenas de uma mulher em hora de parto. O pai recebeu a criança nos braços, depois de cortar com os dentes o cordão umbilical e amarrá-lo. Em seguida, continuando no seu ofício de parteiro, esmagou com o polegar o nariz do filho, como é de praxe entre os selvagens do país. Note-se que nossas parteiras, ao contrário, apertam o nariz aos recém-nascidos para dar maior beleza, afilando-o. Apenas sai do ventre materno, é o menino lavado e pintado de preto e vermelho pelo pai, o qual, sem enfaixá-lo, deita-o em uma rede de algodão. Se é macho dá-lhe logo um pequenino tacape e um arco miúdo com flechas curtas de penas de papagaio. [...]

(Jean de Léry, Viagem à terra do Brasil, 1578)



Estes são os relatos de europeus que tiveram os primeiros contatos com os índios. A História do Brasil sempre foi contada assim, a bordo de um navio português. Os nomes que o Brasil recebeu - Ilha de Santa Cruz, Terra de Santa Cruz e finalmente Brasil - foram dados pelos portugueses, que, apoiados em sua superioridade bélica e militar e se julgando acima de todas as culturas, nem se deram ao trabalho de conhecer um pouco mais desse povo manso, livre e feliz.




Vamos desta vez, olhar este mesmo fato histórico de outra forma. Imagina um índio, sentado na praia contemplando o azul infinito do céu e a imensidão do mar atrás dele uma floresta exuberante de uma flora riquíssima e uma fauna variada, que se estendia por quase todo o litoral brasileiro, de Pernambuco até o norte do Paraná. ]





É com admiração que o índio percebe algo estranho no horizonte, que ele não sabe definir o que é. Este ponto no horizonte vai tomando forma e o índio pode perceber uma nave estranha flutuando nas águas do oceano. Dela saem homens estranhos, de olhos esquisitos, corpos cobertos por roupas grossas, falando de modo estranho, portando símbolos estranhos. Chegaram, ocuparam, mataram e pouco restou deste paraíso tropical e deste povo feliz.

Mas vamos conhecer um pouco mais deste povo.

Os índios são pré-colombianos, ou seja, habitaram a América antes da chegada de Colombo. Estima-se que, por volta do ano de 1500, habitavam no Brasil cerca de 5 milhões de índios. Hoje, este número gira em torno de 300 mil, pois, a cada investida dos colonizadores, em nome do progresso e da conquista, milhares de índios eram dizimados.

Deste povo manso e gentil, herdamos muita coisa, como por exemplo, palavras que hoje estão perfeitamente incorporados à nossa língua. Para melhor entendermos o estudo da linguagem dos índios, estes foram divididos em 2 grupos: o MACRO-JÊ e o TUPI. Do grupo MACRO-JÊ, fazem parte os XAVANTES, os KAIAPÓS, os KAINGANG e muitos outros; no grupo TUPI, encontramos os KAMAIURÁS, os PARINTINTIN, os URUEUWAUWAU, de Rondônia e os GUARANIS, que habitavam o centro-sul do país.

Habitavam em pequenos grupos de aproximadamente 25 pessoas em malocas (irmãos com esposas e filhos). As malocas, construídas de varas e cobertas de palha eram dispostas em círculos formando um grande pátio central.




O que mais chama a atenção na organização dos índios é a igualdade, muito maior de que em nossa sociedade. Não há ricos nem pobres, não há patrões e empregados, e ninguém passa fome por não ter onde plantar, caçar ou pescar. Isto porque, a terra pertence à comunidade e todos podem dispor dela pelo bem do grupo. Não existe a preocupação de acumular, tudo o que produzem é para ser usado e consumido.


Há muitos séculos que os índios usam a floresta, plantando, caçando, colhendo, pescando, sem depredar a natureza nem dizimar os animais. Eles costumam derrubar uma pequena parte da floresta para iniciar alguma pequena roça. Esta área é abandonada após 2 anos, permitindo que o solo se reconstrua sem se esgotar.

Atualmente, os grandes projetos de desenvolvimento implementados no Brasil trazem para o índio mais prejuízos que vantagens. O intenso contato com o "homem branco" além de trazer doenças fatais, como o sarampo, a varíola e a gripe, alterou também a relação entre o índio e a natureza. Alguns índios estão totalmente aculturados, isto é, usam roupas, dinheiro, comercializam produtos, falam português, votam e são votados. Alguns se mantêm índios e continuam a defender sua terra, sua religião, seus costumes e sua vida em comunidade. Existem em todo mundo, organismos de defesa dos direitos dos povos indígenas, que asseguram em leis estes direitos das nações indígenas.

Ainda hoje, eles resistem à discriminação e ao genocídio. Os conflitos com madeireiras e mineradoras são constantes, principalmente no norte do país, onde o desmatamento tem sido intenso ameaçando a segurança dos índios. Da mesma forma, a abertura de estradas, construções de hidrelétricas e os "fantásticos" projetos de colonização, desalojam os índios, alterando e descaracterizando sua cultura milenar.