sexta-feira, 26 de agosto de 2011

LARGO DA IDÉIA

PROJETO DE PESQUISA

 LARGO DA IDÉIA

Objetivo

Registrar a história
Registrar o patrimônio arquitetônico através da fotografia e levantamento de informações de estilo, projetistas e construtores; registrar  em fotografia os tipos característicos da região que me cederem o direito de imagem e histórias pessoais;
registrar a história de algumas famílias e personagens homenageados na toponímia local.

Delimitação espaço-temporal

A região do Largo da Idéia e São José na divisa dos municípios de São Gonçalo e Itaboraí  desde a época da colônia até os dias de hoje, com ênfase no século XX.

Hipótese de trabalho

A existência de dois surtos de desenvolvimento na região, sendo um na época do segundo Império, por conta do cultivo de café e outro a partir do Estado Novo até os anos 1960 por conta da extração de calcáreo e da citricultura. Após o fim da mineração e desativação da estrada de ferro, por ser distante das estradas e centros urbanos, permaneceu  região livre da especulação imobiliária, conservando um pequeno, mas bonito, patrimônio arquitetônico e cristalizadas práticas culturais.

Corpo Documental

Documentação da Companhia de Cimento Portland e fontes da história local a serem levantadas.
Fontes bibliográficas desconhecidas até o momento. Devo basear o trabalho na tradição oral, entrevistas com moradores mais antigos da região, e procurar comprovação possível.

LARGO DA IDÉIA

É um dos últimos povoados da área rural de São Gonçalo, na divisa com Itaboraí, com características peculiares: as pessoas se conhecem, cumprimentam, fazem camaradagem, há uma sensação de segurança, não se sabe de assaltos, boca de fumo, lixões, favelas ou outras mazelas comuns no município. O cavalo e a charrete são meios de transporte ainda utilizados, há uma tradição rural, e tipos característicos que denotam a dignidade das pessoas, mesmo as que são muito pobres.

Através das conversas com moradores de mais idade se pode descortinar um certo saudosismo de “idades de ouro” passadas. Creio que a época do café tenha sido a mais romântica e cruel, pelas histórias e até vestígios arqueológicos. No meu quintal há restos de antigas fundações e são comuns cacos de tijolos maciços, cerâmicas e até louça da companhia das índias denotando uma ocupação muito antiga.  Um lavrador me contou que encontrou  “côcos” ou seja caveiras, num local que ele julga ser um cemitério de escravos. E mais, há pessoas que crêem haver ouro enterrado. São histórias para se contar, registrar e investigar. Fala-se até mesmo da visita do imperador Dom Pedro II há um fazendeiro da região.

Há também a época da Companhia de Cimento Portland, que fabricou  o primeiro cimento do Brasil, o cimento Mauá. Uma bacia de sedimentos calcáreos, em São José, na divisa com Itaboraí, foi explorada até a profundidade de 70 metros. Há relatos de que foram retirados inúmeros fósseis desde 65 milhões de anos até as últimas populações  indígenas de  5 mil anos. Hoje a depressão virou uma lagoa responsável pelo abastecimento de água da região. Havia uma linha férrea para transportar o calcáreo até a fábrica. Muitas casas de trabalhadores qualificados, construídas nos anos de 1930 em diante, com belo estilo arquitetônico ainda estão de pé.

Povavelmente também seja esse o período de expansão da citricultura na região, que também movimentava muito a economia.
Atualmente as terras estão abandonadas, há uma pecuária incipiente, as grandes fazendas foram divididas e há muitos minifúndios. Alguns prédios e galpões desocupados esperam dias de reativação da economia local.

FOTOGRAFIA

A fotografia é uma das formas de registro que pretendo utilizar, para documentar o que restou das casas e prédios e chegou ao século XXI. As reformas  que os imóveis sofrem hoje descaracterizam completamente o estilo  e as novas construções nem mesmo seguem projetos. Como não são imóveis de alto valor ou construídos com materiais nobres muitos já foram derrotados pelo tempo. O registro é urgente para se preservar a memória dessas edificações.







7 comentários:

  1. Olá, Nestor. Gostei do seu blog e um assunto me trouxe até ele: a história de Largo da Ideia. Na verdade procuro algo sobre toda a região. Não sou um historiador "profissional", mas me encanta pesquisar e saber mais sobre nossas origens. Apesar de morar por aqui (Cabuçu, bairro próximo a Largo da Ideia) há pouco tempo, quero fazer um estudo sobre essa região. E você, foi adiante com sua pesquisa? Um abraço e parabéns!
    Wagner Pina

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  2. Legal, mas creio que o aoutor deva se atualizar sobre a atual condição do povoado (rsrsrsrs) amigos..... o bairro cresceu, já tem até condominio, e quanto as mazelas.... também tem, Digo isso de cadeira, pois tenho 48 anos, e moro aqui a 22 anos.

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  3. kkkkk vamos se atualizar meu querido

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  4. Nasci e me criei neste lugar, hoje moro um tanto distante, mas nunca deixei de ir lá. Existem muitos familiares nesta região. O bairro cresceu bastante e hoje ,existem casas de alto padrão, as ruas quase todas asfaltadas, comercio de variedades, escolas conceituadas, iluminação pública ,etc. Muitos moradores gostariam de ver publicada esta história, acho que tem muito o que revelar. Algumas famílias podem ser procuradas assim como , Sr. Ilton do Posto, Sr. Todinho da Padaria, Sr. Ernani Mira, Dna Cota, Sra Enely Mira, alguns falecidos porém a família continua lá.

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  5. Ola amigos
    Moro em largo da ideia a 37 anos e gosto muito de lá. Realmente o lugar cresceu mas nao perdeu sua essencia. Somos um povo unido.
    Paulinho.

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  6. "há uma sensação de segurança, não se sabe de assaltos, boca de fumo, lixões, favelas ou outras mazelas comuns no município."
    Hahaha temos sensação de tudo, menos de segurança.
    Tem assalto? Tem muito, voltar pra casa apartir das dez dá noite é ir pedindo a Deus que te guarde pq a qualquer esquina podem te parar.
    Boca de fumo? Tem.
    Lixões? Demais.
    Tbm existe coisas ruins.

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  7. Tenho 70 anos.Meus avós tinham uma Fazenda próxima do Largo.A gente vinha comprar mariola no Largo da Ideia na venda do Cícero.Este lugar me traz tanta saudade de doer.Aí desfrutei da maior felicidade pelo convívio amoroso de minha avó,Djanira(Nirota) e frequentávamos a Igreja Congregacional de Cabuçu.Meu avò Joaquim Goulart foi o grande plantador da famosa laranja de Itaboraí.De sabor inigualável.Saudades,muitas saudades.

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