segunda-feira, 31 de maio de 2010

A POLÍTICA E OS POLÍTICOS

A POLÍTICA E OS POLÍTICOS

Seríamos ingênuos se acreditássemos que o único culpado pelos nossos males é o governo. Mas não seríamos menos ingênuos se ignorássemos todas as críticas que são dirigidas aos nossos governantes. A hostilidade contra o governo e contra os políticos é real e profunda. Nossa atitude, no entanto, deve ir além da simples contestação. Deve abranger o estudo e a reflexão. E a primeira pergunta que surge é a seguinte. Mas afinal de contas, o que é política? Quem “inventou” esse negócio chamado política?

Os estudiosos do assunto costumam definir política como sendo a “ciência do poder”. Esses estudiosos, no entanto, oscilam entre duas interpretações diametralmente opostas de política. Para uns, a política é essencialmente uma luta, um combate, em que o poder assegura aos grupos que o detém o domínio sobre a sociedade, podendo tirar disso proveito próprio. Para outros, a política consiste no esforço para assegurar a ordem e a justiça, onde o poder serve para garantir o interesse geral e o bem comum contra a pressão dos que querem fazer prevalecer os interesses particulares. Para os primeiros, a política serve para manter os privilégios de uma minoria sobre a maioria. Para os segundos, ela é meio de realizar a integração de todos os indivíduos na comunidade e de criar a Cidade Justa da qual já falava o filósofo grego Aristóteles (384 - 322 a. C.).

A LUTA PELO PODER

Em todas as sociedades o poder fornece aqueles que o detêm vantagens e privilégios pessoais: honra, prestígio, dinheiro, festas, ou, como costumam dizer, “muita mordomia”. Por isso ele desencadeia uma dura batalha. É natural, portanto, a rivalidade verificada entre os que entram no campo de batalha em busca de um cargo de presidente, ministro, senador, deputado, governador, prefeito, vereador, general, cardeal, etc. Em todas as coletividades e instituições são grandes os conflitos entre os diferentes grupos que querem o poder. Surgem então rivalidades entre regiões, nações, classes, raças e ideologias.

Outro tipo de batalha é aquela que se verifica entre os cidadãos e o poder, os governantes e os governados, os membros da sociedade, e o assim chamado poder constituído. Mas esse tipo de luta não se verifica entre os cidadãos de um lado e o poder constituído de outro, mas entre grupos que detêm o poder e outros grupos que desejam o poder.

O poder é exercido sempre em proveito de certos grupos ou classes e o combate contra esse poder só pode ser conduzido por outros grupos ou classes. Dessa maneira, o antagonismo de governantes e governados, daqueles que comandam e daqueles que devem obedecer, do governo e dos cidadãos, se manifesta em todas as sociedades humanas.

NO TEMPO DE ARISTÓTELES

Aristóteles definiu o homem como sendo “um animal político”. Ao apresentar tal definição, o filósofo grego tinha uma visão de política bem diferente da que nós temos hoje: os gregos davam o nome de pólis ao lugar onde as pessoas viviam juntas (pólis = cidade). A “política”, portanto, refere-se à vida na pólis, ou seja, à vida em comum, às regras de organização dessa vida, aos objetivos e decisões da comunidade.

Tão importante era a atitude em relação à comunidade que não demonstrar interesse pelos assuntos da pólis era uma atitude considerada tão estúpida que a palavra “idiota” deriva de um termo grego que significa “cidadão particular”, isto é, aquele que apenas se interessa pelos assuntos particulares e não se preocupa com aquilo que diz respeito à cidade.


A diferença entre o modo de vida dos gregos e dos demais povos fez com que Aristóteles entendesse a política como sendo uma experiência que se reflete na vida pessoal, harmonizando-a com o coletivo. Isso constitui uma novidade, pois “o espaço de participação, antes restrito à prática do soberano, amplia-se para a prática da soberania exercida pelos cidadãos, sejam ou não governo. Neste espaço se desenvolvem as discussões públicas, a prática pública do discurso voltado ao convencimento, o conflito entre as diversidades. Não somente o Estado, o governante executivo, mas também a cidade, reunião de cidadãos, adquire significado, participa politicamente”. (MAAR, W. I. O que é política. São Paulo, Brasiliense, 1983, p. 32-33)


Sobre o sistema politico eleitoral brasileiro acrescento aula do professor

Leandro Àvila


Certamente a maioria das pessoas não entende como funciona a eleição proporcional que tira do eleitor o poder de escolha.

A maioria também não entende o enorme poder que os deputados possuem (veremos mais na frente).

Tudo parece propositalmente feito para que as pessoas ignorem essas coisas. Todos ficam distraídos escolhendo um presidente que tem pouco poder enquanto um grupo pequeno de pessoas poderosas escolherá quem realmente terá o poder concentrado no congresso.

Embora esse sistema de voto proporcional seja algo totalmente legalizado, ele não parece oferecer qualquer legitimidade, pois como você viu no vídeo, 95% dos deputados não foram diretamente escolhidos pelos eleitores.

Você viu que, graças a esse estranho sistema, somente 27 dos 513 deputados eleitos, foram escolhidos através do voto direto dos eleitores em 2018. Nas eleições de 2014, somente 36 deputados foram eleitos por meio de votação própria. Todos os outros foram eleitos dependendo de votos totais obtidos pelo conjunto do partido ou coligação.

Como você poderá ver nessas duas reportagens: reportagem 1reportagem 2, todos sabem como o “esquema” funciona e ninguém se importa com esse mecanismo, estranho e pouco democrático, de escolha dos integrantes do congresso.

Como apenas 5% dos deputados são eleitos diretamente pela população e os outros 95% são definidos pelos líderes dos partidos, o poder está concentrado em um pequeno número de pessoas que defendem os seus próprios interesses.

Como você viu no artigo sobre “Democracia e Investimentos” o nome do sistema político onde alguns governam defendendo interesses próprios é “Oligarquia” e não “Democracia”. Geralmente aquilo que muitos imaginam ser uma democracia é na verdade uma oligarquia.

Agora vamos entender, por qual motivo os políticos brasileiros, desde sempre, limitaram o percentual de deputados que a população tem poder de escolher diretamente.

Para isso, precisamos saber o que um deputado federal faz de tão importante. Vamos entender quais poderes um deputado tem.

  1. O deputado federal tem o poder de criar e aprovar leis. Isso inclui a capacidade de criar e alterar a Constituição.
  2. O deputado federal tem o poder de aprovar ou não as medidas provisórias, propostas pelo presidente, ou seja, a última palavra é deles. Isso limita o poder do presidente escolhido diretamente por voto.
  3. O deputado federal tem o poder de fiscalizar e controlar as ações do Poder Executivo (presidente).
  4. O deputado federal tem o poder de aprovar o Orçamento da União, ou seja, ele dá a palavra final sobre como o dinheiro dos seus impostos será gasto.
  5. O deputado federal pode criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar qualquer tema, situação e qualquer pessoa envolvida.
  6. O deputado federal tem o poder de instauração de processo de impeachment contra o presidente da República.
  7. O deputado federal tem inviolabilidade ou imunidade penal (ou material),  imunidade processual,  imunidade prisional, foro especial por prerrogativa de função, imunidade probatória e prerrogativa testemunhal. Em outras palavras, as leis não se aplicam aos deputados federais como ocorreria com um cidadão comum.

Fica bem evidente que os deputados federais possuem muitos poderes. Então, as pessoas mais poderosas do Brasil são aquelas que escolhem quem serão os 95% dos deputados eleitos, já que a população só será capaz de eleger 5% dos deputados. Até mesmo o presidente da República (eleito diretamente) tem poderes muito limitados diante dos deputados.

É por este motivo que atores, cantores, humoristas, jogadores de futebol e famosos da TV são convidados pelos partidos para disputarem as eleições. Não são pessoas qualificadas para criar e alterar leis, mas essas pessoas conseguem milhões de votos para os partidos e os líderes desses partidos fazem as escolhas mais convenientes para defender os interesses dos grupos que representam. No final do vídeo, você viu a decepção e o constrangimento do palhaço que ficou na história como um dos deputados mais votados do país. Ele descreveu, com propriedade, tudo o que acontece na política brasileira desde sempre.

Diante de todas essas verdades, pouco conhecidas pela maioria, não esqueça que são os deputados federais que criam, aprovam e modificam todas as leis que impactam a nossa economia, as relações de trabalho e os seus investimentos.

Fique muito atento ao pensamento econômico que existe por trás de cada partido. No meio dessa página aqui existe uma tabela chamada “Lista por classificação no espectro político”. Eles tentaram classificar os partidos por seu espectro como extrema-esquerda, esquerda, centro e direita. Como não existe um consenso, a tabela utiliza uma fonte diferente por coluna.

Você sendo uma pessoa que faz investimentos, deve prestar muita atenção no estatuto do partido de sua preferência com relação a economia e investimentos.

Partidos políticos e seus líderes possuem muito poder concentrado e podem destruir economias quando é do interesse deles formar um nação de pessoas que dependem do Estado.

Os mais jovens não sabem, mas você já deve saber que existem ideologias políticas que são contra o empreendedorismo, contra o mercado financeiro, contra as pessoas que economizam e juntam o próprio dinheiro (acúmulo de capital), contra o propriedade privada e contra a liberdade das pessoas sobre o próprio dinheiro, bens e escolhas na vida.


Você certamente já entende que são os políticos que criam e alteram todas as leis que impactam a economia e os seus investimentos pessoais. 

https://rumble.com/v1gkcsp-fraude-nas-eleies-e-os-seus-investimentos.html




Sobre o Autor: 

Leandro Ávila é o autor do Clube dos Poupadores por acreditar que a educação financeira pode melhorar a vida das pessoas. Formado em Administração de Empresas e especializado em investimentos, compartilha tudo que aprendeu através de artigos e livros. Conheça seus livros sobre: Independência FinanceiraCarteira de Investimentos, Investimentos em ações por Análise Fundamentalista e Análise Técnicainvestimentos em ETFsinvestimentos no Exteriorinvestimentos em Títulos Públicosinvestimentos em CDB, LCI e LCA e em Imóveis.

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