14/1/85
Não
Não
quis falar à Maria
O
que eu tinha para viver
A
ela eu nego o que digo
E
não digo o que quero
Nem
ligo
Saí
a cavalo para o combate
Que
me esperava nas ruas
E
dei de cara com as tuas pernas nuas
Num
instante eu me esqueço
Isso
não tem começo
Só
fim
Já
foi o tempo do meu encanto
E
num canto penso lento
A
hora da nossa morte
Alma
e corpo num alento
Divagam
Mas
não tanto
Que
eu já não tento
Diz
da vida quem não vive
- A vida é curta
Curte a vida e velho fica
E
vê o que te vivifica
E
no meu corpo já não tenho marcas
Que
não sejam cortadas por outras cicatrizes
Que
o ferir humano é sempre o mesmo sofrer
Mas
não ligo
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