quarta-feira, 21 de setembro de 2016

POETA DE EFEMÉRIDE

Vai a estrela outra
Guia dos meus passos
Luz dos meus dias

Incendeia minh’alma que desbota
As cores velhas da tristeza

Ergue meus sonhos tão alto
Que de tão altos

Já não posso mais olhá-los

Condenei-me a ser poeta de efeméride
A fazer versos alegres, apaixonados
E a engolir a angústia bruta e burra
Do mediano cotidiano

Condenei-me a ser medíocre
A sofrer um pouco, disfarçando
A não chorar as ausências
E a fingir não querer  querendo

Por onde será que anda a minha alegria?
Onde enfiei a auto estima
E a segurança que me faziam brilho?
Aonde foram parar as minhas asas
Que eu nutria de liberdade e ambição?

Cada dia sei mais que te amo
Cada dia sei mais que te quero
E posso dizer isso sem medo
Com a liberdade com que me entrego a esse amor
  
A felicidade vem rolando
Como a água de um riacho
Calma e regularmente entre as pedras
Avolumando-se
  
Minha estrela
Me diz um bom dia  que hoje o Sol não apareceu

Vem fazer dia na minh’alma  vazia

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