sexta-feira, 23 de setembro de 2016

RECUERDOS

                                         julho 85

Dos tempos passados guardei sementes
E de vez em quando
                    quando  me ouves
Planto de novo e vejo crescer
Meus sonhos desfeitos
Esperanças perdidas
Pouca valia...

Mas
Às voltas com o mundo    
 Que como mate
Embora amargo não se dispensa
Um cachorro guaipeca
Um jipe de plástico
Uma marca no rosto
Um mato de acácias
Aquece o viver lembrar
E contar vislumbrando
O guri gaúcho que sou

E aos poucos em teus braços
No teu colo desato
Os laços da memória
E com eles teço recuerdos
De coisas que fui e hoje são

Posse secreta de minh’alma

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